Em um mercado cada vez mais digital, onde a identificação segura tornou-se crucial para qualquer operação, o Brasil se destaca globalmente em prevenção à fraude, mas ainda tem um longo caminho a percorrer no desenvolvimento de soluções de identidade digital. A análise é de Igor Gonçalves, gerente de produto do Itaú e especialista em identidade digital, em entrevista exclusiva ao Let’s ID, podcast da Let’s Media.
Com mais de seis anos de experiência no setor, Igor possui uma visão privilegiada do mercado, tendo atuado tanto do lado de fornecedor de tecnologia quanto agora como consumidor em uma das maiores instituições financeiras do país. Essa experiência dupla permite que ele avalie com propriedade os desafios e oportunidades que se apresentam no cenário atual.
A Evolução do Mercado de Identidade Digital
A jornada de Igor no mercado começou em 2018, quando o conceito de identidade digital ainda era pouco compreendido no Brasil. “Naquela época, eu falo até que a gente estava num momento do mercado que a gente precisou evangelizar muito o que o mercado seria agora. Porque, às vezes, a gente sentava para negociar com empresas grandes e médias, o cara não sabia nem o que era aquilo”, relembra.
O mercado era dominado por siglas e terminologias técnicas que precisavam ser traduzidas para os clientes: “O mercado veio muito carregado de siglas, BGC de background check, OCR para essa leitura de documentação, extração de dados. A gente estava na mesa para negociar isso, o que é OCR? O que isso vai mudar na minha operação?”
Da Venda de Tecnologia à Gestão de Identidade no Itaú
Após quatro anos trabalhando com venda de tecnologia, Igor migrou para o Itaú, onde hoje integra uma área dedicada à identidade digital que conta com aproximadamente 500 pessoas. Esta transição reflete uma mudança significativa no mercado: a elevação da identidade digital de uma questão puramente operacional para um elemento estratégico nas organizações.
“A identidade hoje eu tenho visto que é mais uma necessidade estratégica, não tanto uma dor. Porque prevenção à fraude é quem solucionava a dor da fraude. A identidade é uma estratégia para escalabilizar tudo na visão cliente, para ter o cliente no centro do negócio”, explica.
O Brasil no Contexto Global
Uma das análises mais interessantes trazidas por Igor é sobre o posicionamento do Brasil no cenário internacional de identidade digital e prevenção à fraude. “O Brasil, de certa forma, é uma vanguarda da parte de prevenção à fraude”, afirma. Esta posição de destaque é resultado direto dos desafios únicos que o mercado brasileiro enfrenta.
“A gente está muito acostumado a sofrer fraudes, que às vezes você não consegue nem… Às vezes a gente mesmo que tem uma cabeça pra isso não consegue pensar como é que o fraudador pensou nisso”, destaca Igor. Esta realidade força o mercado a estar constantemente inovando em soluções de prevenção.
Uma iniciativa Soluti
A Soluti Digital, líder em Identidade Digital no Brasil, tem sido pioneira em desenvolver soluções que revolucionam a segurança e eficiência operacional das empresas. Com mais de 14 milhões de clientes atendidos e 32% de Market Share no mercado de Certificação Digital, a empresa demonstra como a expertise brasileira em segurança digital tem potencial para impactar positivamente o mercado global.
O Futuro da Identidade Digital
Igor aponta que, apesar do avanço em prevenção à fraude, o Brasil ainda está alguns passos atrás em termos de inovação em identidade digital: “No mercado de identidade, a gente está passos atrás. Então, a gente não é a ponta da lança da inovação, a gente não está nas discussões de descentralização, de wallets, que é uma discussão que muitas vezes é começada e puxada pela Europa, é começada e puxada pelos asiáticos.”
Para o especialista, o futuro do setor passa necessariamente pela colaboração entre os setores público e privado. “O público não quer abrir mão de identidade […] querendo ou não, é um ativo importante para todo mundo. E o mercado público abrir mão e jogar isso para o privado e falar, façam vocês, não sei se funciona. Então, essa conexão público-privada precisa acontecer.”
Desafios e Oportunidades
Um dos principais desafios apontados por Igor é a necessidade de equilíbrio entre segurança e experiência do usuário. “A tecnologia pela tecnologia pode ser ruim”, adverte. Ele cita como exemplo a autenticação de dois fatores, que embora aumente a segurança, pode criar uma experiência frustrante para o usuário se não for bem implementada.
Para os profissionais interessados em ingressar no mercado de identidade digital, Igor destaca a democratização do setor: “É um mercado super dinâmico. […] Eu tenho visto com mais frequência esse mercado tendo vagas específicas para olhar a identidade digital dentro desses vários âmbitos que a gente tem.”
Confira a conversa completa
Para conhecer mais detalhes sobre a visão de Igor Gonçalves sobre o mercado de identidade digital e entender as tendências que estão moldando o futuro do setor, confira a entrevista completa no canal da Let’s Media.
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