A Revolução das Moedas Digitais
“Quando a gente fala, ah, eu vou ter o meu real digital, não é a mesma coisa que eu ter o meu bitcoin.” Essa afirmação de Larissa Moreira, coordenadora de CBDC do Itaú, destaca uma das principais distinções que precisam ser feitas no debate sobre moedas digitais. Em um momento em que o mundo financeiro está em constante transformação, a discussão sobre o DREX, a moeda digital emitida pelo Banco Central do Brasil, ganha cada vez mais relevância.
Neste episódio do Let’s Crypto, Larissa compartilha sua trajetória profissional e suas percepções sobre o futuro das moedas digitais no Brasil, oferecendo insights importantes para profissionais do setor financeiro.
Um episódio do Let’s Crypto
A conversa com Larissa Moreira, que se formou em Relações Internacionais e tem uma sólida experiência em consultoria e inovação, revela não apenas sua paixão pelo setor financeiro, mas também a importância de se adaptar às novas tecnologias. Desde sua entrada no Itaú, em 2019, Larissa tem se aprofundado em pagamentos digitais e, mais recentemente, no desenvolvimento do Drex. O episódio, que faz parte do portfólio da Let’s Media, traz à tona questões cruciais sobre a evolução do sistema financeiro brasileiro e o papel das moedas digitais nesse contexto.
Trajetória Profissional: Da Consultoria à Inovação
Larissa começou sua carreira em uma das Big Four, onde trabalhou por quase cinco anos. Essa experiência inicial foi fundamental para seu desenvolvimento profissional, mas foi sua transição para o mundo das startups que realmente a impulsionou. “Tive uma experiência em startup. Saí de um mundo corporativo bem estruturado para viver a loucura de startup”, conta Larissa. Essa mudança a levou a se envolver com projetos de Internet das Coisas (IoT), onde começou a entender a importância da inovação e do desenvolvimento de produtos.
A paixão por gestão de pessoas e mentoria também se destacou em sua trajetória. “Eu adoro pessoas. Eu acho que você conseguir ajudar alguém a melhorar algo, ou então ajudar aquela pessoa a caminhar mais um stepzinho de onde ela quer atingir, para mim isso é incrível”, afirma Larissa. Essa visão colaborativa e de liderança a ajudou a construir uma rede de contatos e a se envolver em iniciativas voltadas para a liderança feminina no setor financeiro.
Insights de Mercado: O Potencial do Drex
Larissa compartilha que seu interesse por moedas digitais começou em 2015, quando comprou Bitcoin. “Comecei a estudar minimamente para tentar entender o que era aquilo. Todo mundo está ficando milionário. Como assim?”, relembra. No entanto, foi sua experiência na área de estratégia regulatória do Itaú que a fez perceber o potencial do Drex. “Comecei a olhar as discussões do Banco Central em relação a CBDC, Real Digital. Na época nem era Real Digital”, explica.
O piloto do Drex, que começou em julho de 2023, é uma etapa crucial para entender como a moeda digital pode ser implementada no Brasil. “O piloto vai ter um caso de uso específico, que é para fazer um DVP de um título público federal tokenizado”, detalha Larissa. Essa abordagem prática é essencial para resolver questões como privacidade e segurança, que são fundamentais para a aceitação da moeda digital pelo público.
O Papel do Itaú no Piloto
O Itaú tem sido um dos protagonistas no desenvolvimento do Drex, participando de iniciativas como o Lift Challenge e o Lift Lab. “A gente participou em projetos superlegais e interessantes de PVP [pagamento versus pagamento]”, conta Larissa. Esses projetos não apenas testam a viabilidade da moeda digital, mas também coletam dados e feedbacks que são cruciais para o aprimoramento do sistema.
Larissa destaca que o aprendizado obtido durante essas experimentações é vital. “O Banco Central chegou no consenso de que o mercado e até os insights que a gente tirou desses laboratórios ainda não estavam todos maduros o suficiente para, de fato, lançar um real digital para a população”, explica. Essa abordagem cuidadosa é um reflexo da necessidade de garantir a segurança e a eficácia da nova moeda.
A Cultura de Inovação no Itaú
A cultura de inovação no Itaú é um dos fatores que possibilitam o desenvolvimento do Real Digital. “A gente é uma área par, por exemplo, do jurídico. Jurídico, compliance, tudo são áreas parceiras, mas ninguém do meu time… todo mundo é produteiro”, revela Larissa. Essa estrutura permite que a equipe tenha uma visão clara sobre o produto e consiga dialogar efetivamente com o regulador e o mercado.
Larissa também menciona a importância de educar o mercado sobre as novas tecnologias. “A gente precisa começar a ter realmente esforço direcionado a isso”, afirma. Essa educação é fundamental para que mais profissionais se sintam capacitados a trabalhar com tecnologias emergentes, como blockchain e moedas digitais.
Futuro das Moedas Digitais no Brasil
O Brasil está em um momento único em relação à adoção de moedas digitais. “A conversa que a gente está tendo hoje não são pessoas que estão vivendo… Não é o público geral que consegue discutir nesse nível de profundidade”, observa Larissa. Essa bolha de conhecimento precisa ser expandida para que mais pessoas compreendam o potencial das moedas digitais e como elas podem transformar o sistema financeiro.
Larissa acredita que o Brasil pode se tornar um líder em inovação financeira, mas isso requer um esforço conjunto de instituições financeiras, reguladores e educadores. “A gente está vivendo isso hoje e, realmente, é difícil”, conclui. O futuro do Real Digital e das moedas digitais no Brasil depende da capacidade do setor de se adaptar e inovar continuamente.
O Caminho à Frente
O que fica claro na conversa com Larissa Moreira é que o desenvolvimento do Drex é apenas o começo de uma nova era para o sistema financeiro brasileiro. “Se a gente não muda, a gente não cresce”, afirma Larissa, ressaltando a importância da adaptação e da inovação. O desafio agora é garantir que o Brasil esteja preparado para essa transformação, formando profissionais capacitados e promovendo um ambiente de aprendizado contínuo.
A mensagem principal que podemos extrair dessa conversa é que a educação e a inovação são fundamentais para o sucesso do Drex e, por extensão, para o futuro do sistema financeiro no Brasil. O caminho à frente é promissor, mas requer um compromisso coletivo para que possamos colher os frutos dessa revolução digital.
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