A Transformação do Mercado Financeiro: A Trajetória de Carlos Augusto de Oliveira

A Revolução Digital e a Inclusão no Setor Financeiro

Neste episódio do podcast Black Voices, Carlos Augusto de Oliveira, um dos principais nomes da indústria financeira brasileira, compartilhou sua trajetória e insights sobre a evolução do mercado financeiro, especialmente no que diz respeito à inclusão e diversidade. Com uma carreira que abrange mais de 35 anos em grandes instituições financeiras e fintechs, Carlos traz uma perspectiva única sobre os desafios e oportunidades que o setor enfrenta atualmente.

Carlos, que se descreve como um homem negro e com uma vasta experiência em tecnologia e operações financeiras, destaca a importância da diversidade no ecossistema financeiro. Ele afirma que “as fintechs colaboraram muito para a melhoria do ecossistema como um todo”, enfatizando que a competição trazida por essas novas empresas beneficia todos os envolvidos. A inclusão de diferentes vozes e experiências é fundamental para atender às diversas nuances do mercado.

A Trajetória de um Engenheiro no Mercado Financeiro

Carlos nasceu e cresceu em Botafogo, no Rio de Janeiro, e desde cedo se destacou em ciências exatas. Sua formação em engenharia mecânica e de produção pela UFRJ, seguida de um MBA pela Coppead, o preparou para uma carreira que inicialmente parecia distante do setor financeiro. “Jamais pensei em trabalhar na indústria financeira”, confessa. No entanto, sua curiosidade e inquietude o levaram a explorar novas oportunidades.

Após um período na indústria mecânica, onde gerenciou processos e investimentos, Carlos foi convidado a ingressar no mercado financeiro. Ele se recorda de como a transição não foi bem vista por alguns de seus colegas: “Naquela época, um engenheiro sair de fábrica e ir pra banco era traição.” Apesar das críticas, Carlos viu a mudança como uma oportunidade de aplicar seus conhecimentos em um novo contexto, onde poderia impactar diretamente a experiência do cliente.

Desafios e Oportunidades na Indústria Financeira

Ao entrar no mercado financeiro, Carlos enfrentou o desafio de entender a regulação complexa que rege o setor. Ele menciona que “a regulação era uns books de MNI, Manual de Normas e tal, que o Banco Central editava”. Para ele, o aprendizado sobre como calcular reservas e entender o funcionamento do crédito foi crucial para sua adaptação.

Carlos também destaca a diferença entre trabalhar na indústria e no setor bancário. Enquanto na indústria as melhorias de processos levavam meses para serem implementadas e avaliadas, no banco, as mudanças eram quase instantâneas. “Em meia hora, ou no máximo no dia seguinte, eu sabia que aquilo não foi bem sucedido, ou foi muito bem sucedido”, explica. Essa dinâmica rápida e a capacidade de ver o impacto de suas ações em tempo real foram fatores que o apaixonaram pelo setor financeiro.

A Revolução das Fintechs e a Criação do Banco Original

Carlos teve um papel fundamental na criação do Banco Original, o primeiro banco digital full bank brasileiro. Ele descreve a experiência como “montar um banco do zero”, onde a equipe teve a liberdade de desenhar a arquitetura e implementar soluções inovadoras. “Fomos buscar soluções e ver o que já estava acontecendo ao redor”, diz Carlos, referindo-se às visitas ao Vale do Silício e à Europa para entender as melhores práticas do setor.

O Banco Original foi pioneiro em várias frentes, incluindo a abertura de contas totalmente online e a utilização de APIs para integração com fintechs. Carlos ressalta que, mesmo em 2016, quando o banco foi inaugurado, já se falava em conceitos que hoje são comuns, como Open Banking. Essa visão avançada para a época permitiu que o banco se destacasse em um mercado cada vez mais competitivo.

A Importância da Diversidade e Inclusão no Setor

Durante a conversa, Carlos enfatizou a necessidade de promover um ecossistema financeiro mais inclusivo. Ele acredita que a diversidade não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia de negócios inteligente. “Isso ajuda bastante a ampliar um pouco do leque de atuação e as empresas terem uma visão um pouco mais ampla para atender o mercado”, afirma.

Carlos também compartilha sua experiência como mentor e investidor anjo em startups, destacando a importância de fomentar a cultura de inovação e o mindset digital entre os novos empreendedores. Ele acredita que, ao apoiar iniciativas lideradas por pessoas de diferentes origens, o setor financeiro pode se tornar mais robusto e adaptável às mudanças do mercado.

O Futuro do Mercado Financeiro

Com a rápida evolução das fintechs e a crescente digitalização dos serviços financeiros, Carlos vê um futuro promissor para o setor. Ele destaca que a tecnologia continuará a desempenhar um papel central na transformação da indústria, mas que a verdadeira mudança virá da capacidade de ouvir e atender às necessidades dos clientes.

“Se você faz bem o que faz, se você é capacitado, seu conhecimento vai ser reconhecido”, conclui Carlos, refletindo sobre sua trajetória e as lições aprendidas ao longo dos anos. Para ele, a chave para o sucesso no mercado financeiro é a combinação de competência técnica, inovação e um compromisso genuíno com a inclusão.

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